Como muitos sabem, sou defensor do parto humanizado! Durante toda a gestação do meu filho, mergulhei neste universo… chegava do trabalho e ficava na internet até altas horas, pesquisando, lendo artigos científicos, assistindo a vídeos de partos domiciliares e, confesso que a cada nova informação me apaixonava ainda mais pelo assunto. Fiquei viciado nisso, rs.
Mas foi bom, pois me deu a tranquilidade que precisava para estar ao lado da minha amada na hora do nosso parto. E foi emocionante receber nosso filho no aconchego do nosso lar, da forma mais humanizada possível, sem nenhuma intervenção.
Depois veio o pós parto: tudo novo, aprendemos juntos, eu e a minha esposa Josi! Fiquei quase 50 dias (licença paternidade + férias + recesso forense) ao lado dela e do Theo tentando dar o meu melhor. Hoje, passados 4 meses, continuo aprendendo a todo instante. Estamos tentando colocar em prática a criação com apego, técnica apresentada a mim pela minha esposa, que eu não conhecia, mas do mesmo jeito que mergulhei no universo do parto humanizado, estou mergulhando na disciplina positiva.
Para Thiago Queiroz, idealizador do blog Paizinho Vírgula, disciplina positiva não é permissividade. As pessoas costumam pensar que nós, pais e mães, que utilizamos a disciplina positiva na relação que temos com os nossos filhos somos, na verdade permissivos. Elas acham que nós, obrigatoriamente, deixamos nossos filhos fazerem o que quiserem, na hora que bem entenderem, e da maneira deles. Mas isso está longe de ser verdade.
Em matéria publicada em um dos importantes sites dedicado ao tema se esclarece que a disciplina positiva é uma filosofia abrangente, que ajuda uma criança a desenvolver uma consciência guiada por sua própria disciplina e compaixão em relação aos outros. A disciplina que é empática, amorosa e respeitosa fortalece a conexão entre os pais e seus filhos, enquanto que a disciplina dura ou que abusa da punição enfraquece esta conexão. Lembre-se que o objetivo final é ajudar a criança a desenvolver o autocontrole e a autodisciplina.
Em resumo, a disciplina positiva permite que os pais: eduquem os filhos de uma maneira respeitosa e carinhosa; ajudem a desenvolver habilidades sociais; conversem em vez de gritarem; façam críticas construtivas ao invés de punirem.
Pesquisando sobre o assunto constatei que as principais atitudes da criação com apego são:
a) não deixar o bebê chorando sozinho;
b) não colocar de castigo;
c) utilizar-se da cama compartilhada;
d) valer-se do sling;
E confesso, é muito bom dar colo, dar banho, dormir junto, atitudes estas que ajudam na criação do vínculo de apego.
Desde o momento do nascimento do Theo, ao cortar seu cordão umbilical, procuro construir o vínculo de apego. Pois como todos sabem, mãe e filho já possuem esse vínculo que é construído durante a gestação. Nós pais, precisamos criá-lo. E penso que a melhor forma é colocando em prática a criação com apego.
Oportuno citar o artigo do Médico Antroposófico, Dr. Antonio Carlos de Souza Aranha, intitulado “Seu filho escolheu você e isso muda tudo”. Para ele “Cabe a nós, portanto, ampliarmos nossa consciência e estender um tapete vermelho para esse ser desde os tempos em que ele é apenas um sonho, apenas um lampejo. Estender um tapete vermelho de boas-vindas aos que escolheram povoar esse planeta através de nós.”
Refletindo sobre o tema sinto-me na obrigação de cuidar ainda mais com carinho, amor e respeito do meu filho. E, para isso, nada melhor do que aplicar a criação com apego. Para finalizar deixo com vocês uma fala da Dra. Zélia Beatriz Ligório Fonseca, Pediatra Antroposófica.
“Filhos são estrelas, que por escolha, vieram fazer parte da nossa vida. São fortes ligações cármicas, hereditárias e biológicas. Mesmo filhos não biológicos podem ter feito essa escolha cármica. Através dos filhos e pelos filhos podemos desenvolver muitas qualidades (compreensão, paciência, altruísmo, esperança) e eles esperam de nós o apoio e a base para que possam trilhar o seu próprio caminho (ética, honestidade, sensatez, equilíbrio). O mundo se torna uma grande escola para pais e filhos, mas um tem no outro a oportunidade de desenvolver o melhor que existe em cada um. É uma questão de observar e incentivar. É também não cobrar nada no final da missão, pois apesar das várias linhas que nos unem e nos afastam, cada um de nós tem seu próprio caminho a trilhar. Mas os momentos que vivenciamos juntos nesse caminho devem ser usufruídos e degustados como vinho raro, único e inimitável assim como cada um de nós. Saúde é paz!”
Por fim, deixo alguns links para quem quiser ler e conhecer um pouco mais sobre o assunto:
Tiago de Souza Campos