Enfermeira(o) Obstetra e/ou Obstetriz pode acompanhar a mulher durante a gestação? Segundo a Lei do exercício profissional de enfermagem, não apenas pode, como deve. O Ministério da Saúde inclusive incentiva que o acompanhamento ao pré natal seja interdisciplinar, permitindo assim que diversos profissionais consigam avaliar, orientar e preparar a mulher para o parto.
Uma equipe multidisciplinar pode ser composta por médico (a) obstetra, enfermeira (o) ou obstetriz, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta, tendo cada um desses profissionais uma expertise própria no que diz respeito ao cuidado com a gestante. O modelo da equipe pode ser estruturado da forma mais adequada ao atendimento prestado. O pré natal intercalado entre obstetra e equipe de enfermagem é um modelo adotado em diversos locais do mundo, com experiências muito positivas.
O papel da Enfermeira Obstetra ou Obstetriz
Além de se atentar aos exames, cabe à enfermeira oferecer orientação para cada etapa da gestação, preparar a mulher e/ou casal para o parto e realizar exames físicos da mulher e do bebê, como verificação de sinais vitais, medida da altura uterina, escuta dos batimentos cardíacos e demais avaliações que se fizerem necessárias. Por isso, é de fundamental importância o conhecimento de fisiologia e de todas as etapas da gestação para que as informações passadas sejam as melhores possíveis.
O que engloba um atendimento pré-natal de qualidade?
Anualmente são divulgados protocolos e procedimentos que deveriam ser de conhecimento geral de quem acompanha as gestantes, mas nem sempre isso acontece. Além disso, muitas informações incoerentes e inconsistentes são divulgadas, dificultando a elaboração de um plano de parto sólido. Por isso, estar ciente das alterações e das informações nas quais que se pode confiar ou não, faz parte da atualização dos profissionais que atuam na assistência ao pré natal.
Para que o profissional ofereça um atendimento adequado às gestantes, acredito ser de fundamental importância o domínio de questões como:
– Anatomia e fisiologia da gestação e parto (como se dá as alterações do corpo da gestante e regulação hormonal);
– Conhecimento sobre avaliação de exames, nutrição, preparo perineal e preparo para o parto.
– Em caso de gestação de alto risco, oferecer cuidado direcionado para prevenir danos: identificação do alto risco (como fazer, como encaminhar e como atuar junto à equipe).
Lembre-se: apenas com uma boa formação, atualização constante, respeito e empatia conseguiremos avançar no modelo de assistência oferecido atualmente.
Karina Fernandes Trevisan é formada em enfermagem obstétrica pela Unifesp, mestre em saúde materno infantil e doutora em cuidados em saúde, ambas pela USP
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